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Uso correto de Conexões e Tubos na Pneumática
Neste conteúdo você entenderá o uso correto de conexões e tubos em seu projeto pneumático. Tenha muita atenção, pois você vai ver tipos de roscas, conexões, espessuras de tubos e muito mais. Confira!
Conexões Engate Rápido
As conexões engate rápido, conhecidas também como “push-in” surgiram em meados da década de 80 no Brasil, revolucionando a montagem dos tubos flexíveis nos circuitos pneumáticos. O mercado demorou em absorver a novidade, principalmente frente aos diferentes problemas que esse tipo de conexão apresentou em seus primeiros anos de vida.
Com a evolução nos processos de fabricação dessas conexões as mesmas assumiram com enormes vantagens e confiabilidade o mercado de equipamentos e manutenção.
As conexões engate rápido usam tubos ou mangueiras?
Essa é uma boa questão para entender o uso correto de conexões e tubos. O normal e o corriqueiro no mercado é solicitarem “mangueira”, e escutamos sempre; “preciso de 2 metros de mangueira de 6, você tem?”
Aqui é importante salientarmos que toda e qualquer conexão de engate rápido recebe somente tubo, que podem ser fornecidos em diversos materiais termoplásticos e alguns modelos possuem a capacidade de reter tubos rígidos confeccionados em cobre e ou latão.
Como são construídas as conexões de engate rápido?
As conexões da Série SK da Belton apresentam diferencial na base do anel de vedação que permite a sua montagem em superfícies com raios de curvatura e também com variação nas bases de alojamento e até mesmo com pequenas perdas de perpendicularidade da rosca, garantindo uma vedação adequada.
A Série SK da Belton pode ser encontrada nas mais variadas configurações com roscas de M5 até 1/2” BSPP (G).
Conheça mais a nossa linha em: https://www.belton.com.br/conexoes-e-tubos
O que difere um tubo de uma mangueira?
A diferença é simples e está na forma pela qual medimos. Tubos são medidos pelo diâmetro externo e mangueiras pelo diâmetro interno. Sendo assim um tubo Ø 6 não é igual a uma mangueira Ø 6.
ATENÇÃO: como ainda existem conexões no mercado que utilizam mangueiras, é preciso ficar atento quando da solicitação para que não haja erro de aquisição, o que irá gerar algum problema posterior.
Qual a forma construtiva das conexões engate rápido?
- Corpo: atualmente a grande maioria das conexões é confeccionada parte em polímero e parte em latão cromado. Temos ainda conexões totalmente em latão bruto ou latão cromado e algumas totalmente em aço inox.
- Anel desconector: polímero a grande maioria. Demais acompanham o mesmo material do corpo.
- Vedação interna: normalmente em borracha nitrílica, gaxeta ou anel “O”, isso depende muito de cada fabricante.
- Retenção tubo: aqui está o coração das conexões de engate rápido. Existem dois modelos, pinça e anel multiponto.
Quais as medidas para o tubo?
Atualmente o mercado de modo geral utiliza conexões para tubos milimétricos. Os tubos são fornecidos com diâmetros que podem variar de 4 até 16 mm ou de 3/16” até 1/2". Ainda há no mercado muitos usuários de tubos em polegada.
Qual o material dos tubos?
Encontram-se disponíveis no mercado uma infinidade de materiais, cada qual para atender uma aplicação de transferência de fluído.
Os materiais mais encontrados no mercado são:
- Poliuretano
- Polietileno
- Poliamida – PA6 ou PA12
- PVC
- PTFE
- PFA
- FEP
- Anti chama
Cada um com suas características técnicas bem definidas compatíveis com a aplicação. Na pneumática o tubo mais comum é o em Poliuretano (PU), normalmente fornecido na cor azul, padrão de cor para tubulação de ar comprimido, mas podendo ser fornecido em outras cores.
Maiores informações sobre os diferentes materiais, suas características técnicas e aplicações podem ser encontradas em: https://sgplasticos.com.br/produtos/tubos-especiais
As roscas das conexões são iguais?
Não. Aí está um grande erro, principalmente em processos de manutenção, onde a necessidade de se colocar um equipamento em funcionamento, em uma grande maioria das vezes, força o uso de conexões com rosca diferente.
Normalmente as roscas disponíveis são as BSP e NPT.
Essa atitude cria o que se chama de “provisório permanente”, principalmente quando não ocorre o registro de onde foi feita a montagem provisória.
O ideal nessas situações é evitar ao máximo esse tipo de ocorrência para não causar danos aos filetes de roscas, vedações inadequadas, uso excessivo de vedantes e apertos excessivos.
De forma geral ocorreu uma padronização quanto à utilização de ar comprimido para as conexões com rosca BSP.
- Rosca BSP
As roscas BSP podem ser encontradas na versão paralela, BSPP (G) realiza a vedação através de um anel “O” em contato de superfície ou ainda na versão cônica ou trapezoidal BSPT (R) que realiza a vedação pelo contato e aperto dos filetes com o auxílio de vedante aplicado.
A sigla BSP vem da abreviatura de British Standard Pipe, sendo a rosca definida pela norma ISO 228 que usa rosca padrão Whitworth; padrão criado pelo inglês Joseph Whitworth. Foi adotada como padrão de conexão para conexões de tubos em quase todo o mundo. Algumas normas de referência para esse tipo de rosca:
- NBR ISO 7.1:2000 – substitui a NBR 6414
- EN 10226
- JIS B 0203
- Rosca NPT
As roscas NPT apresentam-se sempre na versão cônica. A sigla NPT vem da abreviatura de National pipe thread tapered padrão estabelecido pela American National Standard Pipe Thread que é uma agência de normatização americana. Algumas normas de referência para esse tipo de rosca:
- ANSI B1.20.1
- NBR 12912
Quais cuidados na montagem das conexões?
A diferença de construção das roscas foi abordada anteriormente.
- Corte do tubo
a. Corte perpendicular à linha imaginária de centro do tubo.
b. Usar para o corte ferramentas adequadas.
Os modelos indicados são exemplos havendo outros modelos disponíveis no mercado.
ATENÇÃO: Evite o corte dos tubos com alicates, estiletes, facas e outros. O corte irregular pode causar vazamentos e ou acidentes.
2. Encaixe do tubo deve ser preciso até o batente interno da conexão.
- Na primeira imagem o tubo não atinge o anel de travamento, tubo vai escapar ao se pressurizar a conexão, elevado risco de acidente;
- Na segunda imagem o tubo atinge o anel de travamento, mas não chega à vedação. Irá ocorrer vazamento
- Na terceira imagem ocorre a montagem correta. O tubo passa por todos os componentes atingindo o batente.
3. Remover o tubo em manutenções e ou verificações
- Despressurizar o circuito;
- Empurrar o anel desconector contra a conexão;
- Puxar o tubo;
- Remover o tubo com a conexão pressurizada causa danos aos componentes internos da conexão e eleva o risco de acidente. O tubo pode escapar da mão, produzir “chicotada”, além do fluxo de ar que pode atingir o usuário.
4. Apertar sem danificar o anel de vedação
- Todas as conexões BSPP realizam a vedação pelo contato do anel “O” com uma superfície;
- Dependendo do modelo de conexão o aperto deverá ser o suficiente para não causar danos à vedação “O”;
- Certificar-se que a superfície não apresenta irregularidades;
- Todas as conexões retas possuem um sextavado interno que facilita a sua montagem em locais de difícil acesso e permite reduzir a distância entre elas.
As conexões orientáveis podem ser rotativas?
Não. Alguns modelos sim e foram desenvolvidos para atender essa exigência de rotacionar continuamente, porém a grande maioria das conexões pode ter seu posicionamento orientado com a finalidade de facilitar a montagem e o posicionamento do tubo.
O uso de conexões orientáveis como rotativas causa riscos e danos ao equipamento como pode causar acidente grave.
Usar ou não veda rosca?
As conexões BSPP (G)não necessitam de nenhum tipo de vedante extra, exceto o anel “O”. O uso do vedante deve ser desconsiderado, pois acaba em muitos casos trazendo inconvenientes posteriormente.
A imagem a seguir mostra um pedaço de vedante no interior de uma conexão com vazamento no campo. Montagem inadequada em rosca fêmea NPT, por isso o uso de vedantes.
Os tubos apresentam desgastes?
Os tubos são confeccionados em termoplásticos e cada qual com as suas características técnicas que devem ser respeitadas na aplicação.
Os tubos apresentam sinais claros de desgaste e mesmo de incompatibilidade com a aplicação.
A seguir o que podemos observar em suas superfícies de tubos de PU e buscar correção para a aplicação:
Trincas similares a da imagem indicam que o tubo pode estar sofrendo algum tipo de estresse, fadiga.
O tubo quebradiço é sinal de aplicação em ambientes abertos onde não foi feita nenhuma proteção aos raios UV. Atualmente os fabricantes de tubos já os oferecem com anti UV.
Tensões mecânicas, aplicação em locais com movimentação sem o devido cuidado podem levar o tubo a apresentar os sinais indicados.
Determinados produtos químicos não compatíveis com o tubo, podem causar desgastes como o apresentado.
IMPORTANTE: aplicar corretamente o tubo em muitos dos casos pode requerer a orientação de um especialista.
O conectar e desconectar muitas vezes um tubo cria marcas no seu perímetro causadas pelo anel de trava. Esse desgaste pode causar fixação inadequada e mesmo soltar resíduos para o interior do circuito.
Pontas semelhantes devem ser cortadas. Realiza o corte 5 mm acima da marca e obtenha uma ponta nova e adequada.
A espessura do tubo é padronizada?
Não. Cada fabricante oferece uma espessura diferente e compatível com a faixa de pressão e temperatura que o tubo pode operar.
A qualidade da matéria prima também é muito importante para assegurar que o tubo suportará pressão e temperatura máxima, movimentos repetitivos e flexibilidade.
Alguma exigência para os tubos
Sim. Como a vedação dos tubos é realizada pelo contato do diâmetro externo do tubo com a vedação interna da conexão, a superfície do tubo não pode apresentar irregularidades e muito menos variação dimensional.
Os tubos são confeccionados pelo processo de extrusão devem manter uma superfície lisa e sem nenhum tipo de ovalização
Qual o limite de curvatura?
Esse limite é determinado pelo fabricante do tubo e está ligado diretamente ao material que o tubo foi confeccionado, como aos diâmetros interno e externo. Temperatura também pode influenciar.
Não respeitar o raio mínimo indicado pelo fabricante pode ocasionar dobras como na imagem abaixo:
Raios muito fechados podem causar posteriormente dobra, como mostrado na imagem, com restrição de fluxo ou até mesmo interrupção total do fluxo. Dependendo de onde se encontra a dobra, há dificuldade de localização e identificação e o transtorno pode ser extremamente elevado.
Acesse o link para verificar as especificações técnicas dos tubos em PU Belton:
https://www.belton.com.bradmin/docs_upload/08%20-%20Tubo%20Pu.pdf
Tubo espiral o que preciso saber?
Esse modelo de tubo é ideal para aplicações onde se faz necessário o deslocamento por um determinado percurso. Fique atento quando da especificação para que o comprimento útil seja o que realmente necessita.
Os fabricantes desse modelo de tubo costumam informar diversos comprimentos que muitas vezes podem confundir quem não tem tanta experiência. Há o comprimento linear e o útil ou de trabalho.
O comprimento linear é o comprimento antes que o tubo sofra o processo para adquirir o formato em espiral. O comprimento que se quer é o útil ou de trabalho que normalmente é 50% do comprimento linear.
A parte do tubo que pode operar com as conexões do tipo engate rápido são sempre as extremidades, pois não sofrem ação do calor no processo de formação das espiras.
Se houver necessidade de cortar a ou as extremidades os trechos de espiral não tem formato circular e a montagem na conexão não será estanque.
A secção de tubo à esquerda tem o formato circular que é o formato das extremidades; já a secção de tubo à direita apresenta uma deformação justamente onde o tubo fica em contato com o elemento aquecido que dará forma espiral ao tubo.
Acesse o link para verificar as especificações técnicas dos tubos espirais em PU Belton:
https://www.belton.com.bradmin/docs_upload/09%20-%20Tupo%20Pu%20Espiral.pdf
01 de Março de 2021